quinta-feira, 30 de junho de 2011

UPFIT no Ironman Korea 2011 - Relato 1


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좋은하루 joh-eun halu

Olá pessoal!
Essa palavra em coreano escrito acima significa bom dia em coreano.
Vou escrever um relato até o dia de hoje (01/07/11) para não esquecer de nada e vou tentar a partir de então escrever diariamente.
Bom tudo começou com um convite do meu amigo Eduardo Sarhan que havia se inscrito no Ironman Korea 2011 que será realizado no próximo dia 3 de julho na ilha de Jeju.


Depois de pensar muito, resolvei aceitar. 
Saí de São Paulo no dia 26/06 as 21 horas. Tive que fazer um conexão de 7 horas em Paris.
Resolvi fazer um bate volta da Torre Eifel, na verdade um visita express num do principais pontos turísticos da França pois a duração do mesmo foi de 45minutos.


Quando cheguei na estação para retornar ao aeroporto, percebi que algo estava errado pois os trens estavam parados. Problemas técnicos.
Comecei a ficar um pouco preocupado pois a viagem até o aeroporto dura 1hora e eu deveria chegar no mesmo no máximo as 19 horas e ja eram 15h15.


Quando o trem chegou ja estava lotado mas mesmo assim dei um jeito de entrar e viajei esmagado rsrsrsrs.
Quando cheguei na estação (Notre Dame) para trocar de trem tive que literalmente que empurrar as pessoas para conseguir descer. Na verdade eu tive auxilio de umas 10 pessoas que também queriam descer.


Enfim consegui chegar a tempo no aeroporto e embarquei as 21 horas no voo KE902 da Korean Air que me levaria para Seoul.


Cheguei em Seoul as 15h45 do dia 28 de junho, mas lembre-se que agora estou 12 horas na frente do horário brasileiro.


Esperei pelo Sarhan que chegaria uma hora depois. Pegamos um táxi e seguimos para o nosso hotel em Seoul.


Banho tomado, saímos para jantar.
Durante a nossa caminhada pós jantar pelas ruas de Seoul encontramos uma menina, mulher sei la , sozinha, vestida como se fosse uma boneca que andava mostrando um pingente com a letra H para todo mundo. Surreal !


Foi bem engraçado...tentar entender o que estava escrito nas placas...IMPOSSÍVEL !!!
Depois de comer um Korean Barbecue...voltamos ao hotel e fomos dormir pois acordaríamos cedo para seguir o para o GIMPO AIRPORT (como se fosse o aeroporto de Congonhas) para pegarmos um vôo para JEJU.


Adicionar legenda









continua.



terça-feira, 14 de junho de 2011

UPFIT - Festa de aniversário e Pós Ironman

Na última sexta feira (10/06) a UPFIT promoveu um encontro de amigos no Chácara Santa Cecília para comemorar o aniversário do treinador Sidney Togumi e também a participação do mesmo em companhia de Rodrigo Galleti na edição 2011 do Ironman Brasil.


















Agradecemos a todos pela presença!!!

Sidney Togumi

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ironman Brasil 2011 - Relato de Rodrigo Galleti








Bom também gostaria de contar a minha história sobre a participação no IRONMAN BRASIL 2011, que teve inicio no IMB 2010, aonde fui apenas trabalhar na feira do evento, no decorrer da semana dois amigos (Mario Loco e Mauricio Pessioni) começaram a apostar comigo se eu teria a coragem de fazer a prova “ e adivinha no que deu essa aposta”, na segunda feira após a prova de 2010 estava encaminhando aos dois o comprovante de inscrição. Após esse dia a minha vida mudou, lá mesmo em Floripa conheci o Sidney através do Mario e que após dois meses acabou virando meu treinador, amigo, companheiro, pai, irmão, anjo da guarda, etc...
Fora a loucura de fazer a minha inscrição no IRON, que era um sonho que jamais achei que realizaria, por ter que dedicar bastante tempo do meu dia a dia para treinos, fui obrigado a comprar uma bike, tênis, roupa de borracha, óculos de natação, mais muita, muita coisa que tive que economizar e lutar para conseguir e que graças a Deus contei com a ajuda do meu irmão Felipe.
A partir daí comecei a treinar sozinho, mas algo estranho estava acontecendo, eu me machucava toda hora e nem tinha idéia do que estava fazendo. Quando fui participar de um evento realizado pela ex-empresa que trabalhava, acabei encontrando o Sidney e contei a ele que estava sempre machucado e que tinha muita vontade de realizar essa prova e com um bom tempo, ele olhou para mim e disse vou treinar você, no começo, achei que fosse mentira, mas não era, realmente começamos a treinar. Certo dia após alguns meses de treino disse ao Sidney: “ não vou desapontar você e vou tentar fazer uma excelente prova, terá orgulho e ainda me verá no Hawaii.”
Em agosto começamos a trabalho rumo ao IMB 2011, por que tínhamos uma batalha a vencer pois nunca havia corrido mais do que 10 km. Nesse longo período até o dia da prova o Sidão foi me preparando e treinando, praticamente realizamos quase todos os treinos juntos, resumindo viramos uma dupla, ou melhor virei um filho de 30 anos dele....rsrsrs.
Também desse período fiz varias amizades em especial ao do Jorge Negão (mais um Pai que arrumei), sempre cuidando e dando forças para vencer a batalha dos treinamentos e dores a serem superadas. Em especial uma frase que ele criou que me motivava sempre “Rodrigão um Leão na bike e um Gatinho na corrida...rsrsrs”. Resumindo tinha que melhorar a minha corrida.
Esses amigos também me ajudaram varias vezes em superar a vontade de desistir por causa dos longos e longos treinos.
Enfim dia 24/05 partimos para Floripa comemorando o aniversário do Sidão dentro do carro e para ir a busca do meu grande sonho “Cruzar a linha de chegada...”.
Lá em Floripa passamos 5 dias antes de realizar a prova, 5 dias bem nervosos e com a ansiedade muito grande, porque a prova necessita de uma organização e cuidados com equipamento e suplementação que qualquer erro pode estragar 1  ano de treinamento, mas mesmo assim ainda não tinha caído a ficha, tudo era festa. Realizamos alguns treinos para checar equipamentos e manter nosso corpo ativo e também para aliviar um pouco a tensão.
Contamos com a ajuda da Claudia esposa do Sidão que cuidou de mim como um filho, preparando as nossas refeições, tirando foto, mantendo a calma e ansiedade do pessoal. Agradeço muito minha conquista à ela.
Sábado, véspera da prova tudo preparado e checado, milha família já ao meu lado (mamãe, papai, Felipe e Rogério), deitei para dormir, achei que não iria conseguir por causa da ansiedade mas dormi bem, provavelmente por toda segurança e confiança que todos ao meu lado passavam. 

Domingo às 4:00 da manha o despertador tocou, abri os olhos e a ficha caiu, nossa chegou o grande dia e o nervosismo bateu de jeito incrível, tomamos café e fomos para a pintura do número ao corpo e acabar de colocar a suplementação nos lugares corretos. Caminhamos para colocar a roupa de borracha e em seguida para aquecimento e largar, quando Sidão puxa uma cadeira e diz para eu sentar. “ Com sabias palavras ele me acalmou e disse que estava pronto e que confiava que iria cruzar a linha de chegada, para realizar uma prova cabeça sem nenhuma loucura pois a prova é composta por três esportes e temos que equilibrá-los e que conquistasse meu sonho...”. Não sei se ele percebeu mas lágrimas começaram a cair, por que para mim foram palavras não só da pessoa que me treinou, mas de uma pessoa que durante todo esse tempo foi irmão, pai, amigo, técnico, resumindo foi especial.
Caminhamos para a largada dei um beijo em meus pais e me posicionei para começar a prova, fiquei com medo de sair com faixa no peito e apanhar da galera que vem atrás mais mantive a coragem e larguei bem na frente, a largada é dada no IMB quando o sol nasce logo atrás das montanhas, uma visão das mais lindas do mundo, assim que ele começa aparecer, olho para o céu e peço a DEUS proteção e que o resto ele poderia deixar comigo, o sol nasce e a largada é dada.
Não quis sair com relógio então nem sei qual o tempo que fiz na primeira metade da natação, única coisa que eu sei é que sai da água para contornar e voltar a nadar e tinha muita gente atrás de mim, fiquei feliz não era o último. Terminando a segunda metade que estava um pouco mais difícil por causa das condições do mar, cheguei na areia, enfim menos um esporte a fazer, olhei para o relógio da prova e marcava 1:05, pensei “ MEUS DEUS FUI BEM”, chegando na transição encontro o sidão terminando de colocar as coisas e partindo para bike, parti logo em seguida.
Próximo do km 80 encontro o Sidão e juntos fomos quase até o km 90 na companhia da Fernanda Keller, mas não sei por qual motivo tive que parar para tomar uma punição por pegar vácuo, assim eles abriram um pouco mas sempre acompanhei eles no visual, fiquei um pouco com medo na segunda metade do ciclismo em razão dessa punição e caso tomasse mais uma, seria desclassificado então fui mais conservador.
Próximo do km 120 estava ventando muito e comecei a me sentir muito cansado e meu psicológico foi lá em baixo achei por alguns minutos que não iria acabar a prova se no ciclismo que é meu forte já estava com essa dificuldade imagina na maratona, mas esse problema foi superado com o apoio dos amigos que passavam por mim e gritavam na rua, completando o ciclismo em 5:27.

Chegando na transição tive que pagar a penalização de 5 minutos pela punição do vácuo, aproveitei para alongar e hidratar um pouco, após essa punição coloquei o tênis e sai para correr, novamente não quis relógio e comecei a correr e a única referência que eu tinha era a de querer chegar de dia, e  isso daria em torno de 11:00 de prova.
 Na corrida achei que teria bastante dificuldade, mas com apoio dos amigos e com a bela suplementação que elaborei para realizar a prova fui superando cada km, quando abri a última volta de 10 km olhei para o relógio da prova e estava marcando 9:46, pensei vou ter que correr esses últimos em 1 hora, ai fui eu. Quando apontei na fita da chegada não agüentei de emoção e comecei a chorar e a menos de 300 metros da chegada meus pais estavam me aplaudindo e gritando você é um IRONMAN, peguei na mão do meu irmão e do Rogério e levei os dois para cruzar a linha de chegado comigo.
 Ao cruzar a linha de chegada, olhei no relógio da prova e marcava 10:50 não sabia se chorava ou ria mas a sensação que estava sentindo era inexplicável. Na saída fui abraçado por meus pais e amigos os quais eu amo muito.
Gostaria de agradecer ao Sidney por cuidar de todos os meus treinos e tbm de mim.
Claudia, por cuidar e preparar todas as nossas refeições e por acalmar a nossa ansiedade pelas ajudas nas provas....QUERO COCA-COLA...rsrsrsrs.
Rogério e Felipe, meus irmão que apoiaram e ajudaram sempre na hora que precisei e nada mais justo vocês cruzarem a linha de chegada comigo.
Mãe e Pai, por agüentar sempre as loucuras que eu faço, mas uma coisa eu digo, eu só quero é ser feliz...
Aos amigos, Jorge Negão, Rogério Boca, Ana, Fê Garcia, Thaty Porto, Guilherme, Mario Loco, Mauricio Pessione, Marcão, Lili, etc, pelo apoio, segurança e pelos gritos de incentivo nos treinamentos e durante toda a prova.
O obrigado a todos que não estão descritos aqui e que fizeram parte dessa conquista.
Guardem essa frase: “ Toda prova tem um fim, mas as amizades feitas durante esse processo ficam para sempre...”. Obrigado 


Rodrigo Galleti







sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ironman Brasil 2011 - Relato da prova


Bom a minha história sobre o Ironman Brasil 2011 começou exatamente três dias após ter completado a edição 2010 dessa mesma competição.
Com a ajuda do meu amigo Jorge (Negão) que me avisou via msn que as inscrições estavam se esgotando, fiz a minha inscrição às pressas sem pensar muito no que viria pela frente, mesmo porque minhas pernas ainda estavam doendo muito em razão da prova realizada no domingo anterior.
Inscrição feita. Agora não tem mais volta. Rumo ao Ironman Brasil 2011 !!!
Ainda no 2o semestre de 2010 participei de algumas provas de aventura, ultramaratona, sempre pensando no Ironman.
Em Janeiro iniciei meus treinos para esse grande evento e ao contrário de 2010 no qual realizei 90% dos meus treinos sozinho, em 2011 contei com a companhia do meu amigo Rodrigo Galleti, nutricionista esportivo que iria estrear no Ironman Brasil e deixou sobre a minha responsabilidade e elaboraçãos do seu programa de treinamento.
Depois de muitos quilômetros de natação, ciclismo e corrida, no dia 24 de maio (dia do meu 38o aniversário) colocamos o pé na estrada rumo ao Jurerê Internacional - Florianópolis.
Saímos de São Paulo as 6 horas da manhã, paramos em Curitiba para almoçar com duas amigas (Ana e Daiane) e chegamos em nosso quartel general as 18:30.
A Claudia, minha primeira dama, chegaria de avião as 23:40


Quartel General UPFIT Assessoris Esportiva

Nascer do Sol em Jurerê
Na quarta, quinta e sexta feira mantivemos uma rotina bem tranquila, nadando todos os dias por volta das 7:30 horas e no final da tarde realizávamos outra sessão de treinamento de corrida ou ciclismo.
No sábado, véspera da prova, tanto eu como o Rodrigo nos concentramos em organizar toda a logística da prova além de preparar as bicicletas para o dia seguinte. Mesmo porque nesse mesmo dia realizaríamos o bike check in, isto é, deixaríamos nossas bicicletas devidamente identificadas na área de transição junto com as sacolas de transição de modalidades.
Todos esses dias contamos com o apoio da Claudia que cuidava da nossa alimentação seguindo`a risca as orientações do Mario (Natural Sports) que planejou todo o meu cardápio para esse novo desafio.
Entre sexta feira e sábado nossa equipe recebeu novos integrantes: Rogério Nunes, Marcão, Lili, Vinícius, Felipe e os pais do Rodrigo, Reinaldo e Cristina.
Depois de um jantar de massas preparado pela Claudia fui para a cama por volta das 22 horas, afinal a alvorada seria as 4 horas da manhã em razão da largada estar marcada para as 7 horas em ponto.
Depois do café da manhã já devidamente uniformizado, eu , Rodrigo, Rogério e Felipe seguimos até a área de transição pois tínhamos que verificar que se estava tudo bem com as bikes, colocar as garrafas de suplementos que utilizaríamos durante a etapa de ciclismo, realizar a marcação do corpo, vestir a roupa de neoprene, aquecer, dar um beijo na Clau e aí sim alinhar na linha de largada.
Chegamos na linha de largada com 20 minutos de antecedência, visualizamo as bóias e a partir daí foi só concentração e mentalização do longo dia que teria pela frente.
Momentos antes da largada lembro que fechei meus olhos e pedi que tivesse um bom dia !
O nascer do sol as 7 horas em ponto na praia do Jurerê Internacional e uma das belezas que a natureza presenteia a todos os presentes.
Toca a sirene de largada e os 1900 triatletas entram nas águas geladas do mar de Jurerê.
Os primeiros 1000 metros de natação é pura pancadaria e conquista de espaço para conseguir nadar, tive muita dificuldade para enxergar a primeira bóia de referência pois o mar estava com grandes ondulações além do grande número de participantes.
Tive a mesma dificuldade  quando contornei a bóia e apontei para a praia, percebi que havia um grupo `a minha esquerda, um outro grupo `a minha direita e pensei: "vou seguir por aqui". Depois de algumas braçadas consegui localiza a bóia que estava localizada na praia porém imaginava que havia perdido alguns bons minutos pela má navegação nessa primeira parte da natação. Não me abalei, mantive a calma pensando: "a prova ainda está começando".
Quando saí da água no final da primeira parte do "M" pensei em não olhar o relógio, mas não consegui, olhei e vi o tempo de 35 minutos. Pensei: "não nadei tão mal quanto estava imaginando".
Tomei um gel que levei na manga da roupa de neoprene, peguei um copo d´agua oferecido pela organização e segui a diante para a segunda perna da natação.
Quanto estava entrando na água ouvi um staff gritando que havia uma correnteza "puxando" para a esquerda, confesso que essa dica foi fundamental para a minha orientação na água.
Fechei a etapa de natação em 1h03min. Dentro das minhas expectativas.
Estava me sentindo super bem e pela primeira vez fiz a corrida para a tenda de transição sem estar ofegante...confesso que fiquei surpreso.
Fiz uma rápida transição e quando estava saindo da tenda vi o Rodrigo chegando para fazer a transição.
Subi na bicicleta e parti para a primeira volta de 90km de ciclismo com o objetivo de pedalar a uma velocidade média de 35km/h mas isso dependeria das condições de vento. Nesse início tive a minha segunda surpresa da prova, quando olhei para o lado, estava pedalando ao lado da Fernanda Keller.
Por volta do km 65 dessa etapa o Rodrigo me alcançou (o que já era esperado por mim) porém consegui manter um distância constante sem deixá-lo escapar.
Terminamos essa primeira volta juntos e quando fiz o retorno consegui visualiar a Claudia com a camiseta da UPFIT. Como é bom vê-la durante a prova...Acenei e abri a segunda volta de 90km.
Quando cheguei na rodovia de acesso ao centro de Florianópolis percebi que a velocidade do vento havia aumentado e que eu estava fazendo muita força para manter um velocidade inferior a que eu estava produzindo na primeira volta.
Pensei: "hummm...tenho que me administrar"
Quando chegou a primeira subida percebi que as pernas estavam cansadas e não estavam produzindo mais tanta força com anteiormente, tanto que ao tentar pedalar em pé na subida, senti o quadríceps esquerdo dolorido.
E esse vento contra foi meu companheiro ( e dos outro competidores também) até a chegada ao sul da ilha, próximo ao aeroporto.
O que me estranhava era que eu não via mais o Rodrigo, não sabia o que havia acontecido. (mais tarde fiquei sabendo que ele havia recebido uma punição por vácuo no final final da primeira volta)
Quando comecei a retornar para Jurerê o vento que antes era um inimigo passou a ser um grande aliado permitindo desenvolver um bom ritmo sem necessitar de grandes esforços.
Fechei a etapa de ciclismo em 5h18min (no meu relógio) o que para mim foi muito bom pois consegui manter a mesma média que 2010 porém em condições mais difíceis.
Entrei na área de transição tentando descobrir como as minhas pernas iriam se comportar na etapa de corrida. Peguei tudo o que estava na minha sacola, tomei água e gatorade e fui gastar a sola do tênis.
Já saí cansado para correr, quando cheguei no km 4, escutei uma voz conhecida com um sotaque gaúcho, era o coronel Xandão gritando meu nome e me incentivando com uma música do U2 no último volume do seu carro. Quase comecei a chorar...
Voltei a me concentrar e sabia que estava fazendo um grande esforço para manter aquele ritmo e quando cheguei no km 7 senti um pouco de tontura, nesse momento encontrei mais uma vez com o Xandão que dessa vez estava a pé me perguntando se eu precisava de algo.
Disse a ele que não estava me sentindo bem, passei por um aid station, comi, bebi e caminhei pela primeira vez na prova. Melhorei um pouco e voltei a trotar até a massacrante subida que temos durante o percurso.
Infelizmente eu não tinha condições de subir trotando e voltei a caminhar.
Logo em seguida comecei a sentir um incomodo na sola do pé esquerdo e imaginei que fosse uma pequena pedra e pensei :"quando eu chegar no special needs eu trocarei de tênis e aproveito para limpar a meia."
Fechei a primeira volta da corrida (21km) com 2 horas, acima do que eu esperava no meu plano A, mas como eu estava já em pleno plano B achei que estava bom.
Cheguei no special needs que se localiza no km 23 da maratona, peguei minha sacola, sentei, tirei o tênis, a meia e "surpresa !!!" estava com uma bolha e não tinha o que fazer. Vesti a meia novamente, coloquei o outro par de tênis e segui a prova.
O incômodo da bolha foi aumentando e as pernas travando cada vez mais. A partir daí a guerra psicológica entre eu e eu mesmo foi aumentando.
Em alguns momentos eu pensava que tinha que fazer mais força outro momentos pensava que estava ficando velho e louco para continuar fazendo essas coisas.
Acabei ganhando um outra bolha no pé direito, mas para quem já estava ferrado, não importou tanto.
Quando finalizei a segunda volta da corrida (10,5km) eu tinha que receber uma segunda pulseira, a staff segurou a pulseira aberta e eu fechei a mão direita para conseguir colocar a pulseira sem precisar parar. Putz errei o buraco...hahahaha. Realmente eu estava mal...hahahaha. Sorte que havia uma segunda staff preparada para me ajudar.
Quando cheguei no km 33 mais ou menos encontrei novamente com meus amigos: Marcão, Lili, Vinicius e a minha primeira dama Claudia. Nesse momento ela veio correndo do meu lado dizendo que sabia o quanto eu estava cansado e dolorido e que eu deveria utilizar minha mente para chegar ao final desse desafio.
Eu apenas escutei. Acho que não disse nada. Acenei com um sinal positivo com a cabeça. Mas na verdade eu estava com vontade de chorar porque estava cansado de fazer tanto esforço. Nunca havia passado por isso.
Desse ponto eu consegui correr até o km 40 sem parar. Coloquei esse objetivo e consegui.
No km 40 havia um posto de água. Bebi água, isotônico, coca e pensei...agora só paro quando cruzar a linha de chegada.
Ledo engano.
Quando estava chegando no km 41 minha velocidade caiu bruscamente, as pernas começaram a travar de vez e na minha cabeça passava o pensamento que não conseguiria chegar correndo.
Havia um outro posto de abastecimento e segui o ritual plano B , bebi água, coca, isotônico e voltei a trotar o último quilômetro dessa saga triatlética.
Ouvir as pessoas gritando e te felicitando é uma sensação indescritível no Ironman Brasil e chegando próximo ao funil de chegada reencontrei todos os meus amigos. Muitos gritaram meu nome e confesso naquele momento eu não consegui saber quem era quem.
Quando vi a Clau, peguei a sua mão para que ele cruzasse mais uma linha de chegada do Ironman Brasil comigo.
10 horas e 41 minutos. Fim do Ironman Brasil para mim. Ufa...acabou.
Dei um longo abraço e um longo beijo na Clau e a agradeci por todo apoio que ela me dá nessa minhas loucuras mundo afora.
Hoje minha cabeça está a mil por hora pensando em tudo que passei, avaliando a minha performance e tentando imaginar o que faria ou o que farei em 2012.
Quero dar os parabéns a todos que completaram o Ironman Brasil 2011 !
Parabéns especial ao Rodrigo Galleti, companheiro de treino e que completou seu primeiro Ironman com uma performance espetacular. Estamos juntos velhinho...Parabéns
Parabéns também ao meu amigo Jorge (negão) parceiro de treino e de muitas risadas. Parabéns pelo seu primeiro Ironman.
Gostaria de agradecer a todas as pessoas que torceram mim, independente de estarem em Floripa ou não. Seus pensamentos positivos nos empurram nos momentos mais difíceis.
Obrigado Claudia por ser minha esposa, amante, companheira, staff, psicóloga, manager enfim minha principal apoiadora dos meus projetos. Obrigado.
Obrigado aos meus pais e família pois apesar de não entenderem o porque eu faço essas loucuras, mesmo assim me apóiam.
Obrigado aos meus amigos Marcão e Lili que não medem esforços em me motivar pois fazer um bate volta para Floripa não e fácil. Saibam que é muito bom estar perto de vocês.
Obrigado Xandão pela força durante toda a prova...esse meu amigo dos pampas
Obrigado Lu e Henrique pelo incentivo...esses meus amigos sotero politanos.
Obrigado Rogério Bocca (treinador UPFIT) que ficou em São Paulo tocando os treinos UPFIT. Estou esperando o dia para corrermos um Ironman juntos novamente.
Obrigado Rogério Nunes, Felipe, Reinaldo e Cristina (pais do Rodrigo Galleti) que me apoiaram durante toda a prova. (desculpa por não conseguir nem acenar para vocês).
Obrigado Sarhan pela companhia nos treinos e nas discussões sobre triatlon.
Obrigado ao Mario - Natural Sports por cuidar da minha nutrição.
Obrigado ao Mó - pelo tratamento fisioterapico

Agora é colocar as pernas para cima...e descansar !!!
Até a próxima...

Sidney Togumi